Literatura infantil

Todos os anos, em época de Feira do Livro, os porto-alegrenses (e demais cidadãos do estado) são surpreendidos pelas inúmeras publicações de livros que nos são postos à disposição. Dentre esses, a Literatura Infantil tem espaço – literalmente – privilegiado. Os pais e educadores, então, são convidados a pensar não só no que vão ver e comprar, mas também no que ela – a literatura infantil representa na vida de uma criança.
Foi com este intuito – de ajudar a esclarecer as dúvidas dos pais – que gravamos o programa “histórias infantis” no ar neste sábado dia 8 e na quarta-feira, dia 12, às 9h da manhã. Para que os pais possam usufruir melhor desse maravilhoso recurso que é a Literatura Infantil, convidamos a fazer parte do programa uma especialista na área, a estudiosa e escritora de obras para crianças Gláucia de Souza.
O que tem de tão interessante num livro? Para que comprar livros para as crianças, inclusive para as que ainda nem lêem? – O livro é um instrumento que nos leva a qualquer lugar do mundo em alguns segundos; não só isso, pode nos levar a qualquer lugar de nós mesmos. Através da leitura, através da história contada por outro, dividimos experiências, afetos, sentimentos, conhecemos e reconhecemos um universo único: O nosso próprio universo. E como isso é possível? O livro é o estímulo, o elo, entre o real e o fantástico, entre o sonho e a realidade, que nos permite criar, inovar, vivenciar novas emoções a cada dia. Como diz o slogan deste ano da feira: ler enriquece.
Não há riqueza maior que a sabedoria, que respeitar nossa capacidade cognitiva, nossa inteligência. Mas, ler se aprende; não nascemos com este desejo. Aí entram os pais com sua função, a educação e nós: o programa “alô pai e mãe”.
Não percam, está bem interessante.

Livros citados no programa:
- O conto de fadas: símbolos, mitos, arquétipos, de Nelly Novaes Coelho, Editora DCL.
- Três contos de muito ouro, de Fernanda Lopes de Almeida, editora Projeto.
- Histórias de Mukashi: conto populares do Japão, de Lúcia Hiratsuka, Editora Elementar.
- Urashima Taro: a história de um pescador, de Lúcia Hiratsuka, Global Editora.
- Histórias de bobos, bocós, burraldos e paspalhões, de Ricardo Azevedo, Editora Projeto.
- Revista "Toca" e "Peteca", Editora Magia de ler (http://www.magiadeler.com.br)
- Pé de Pilão (opereta) de Mário Quintana, música de Cláudio Levitan, Nico nicolaiewsky e Vitor Ramil
T de Ti T de Ta de Helô Bacichette; ilustrações de Laura Castilhos Editora Maneco
- Fadas no divã -psicanálise nas histórias infantis- de Diana L. Corso e Mário Corso Editora ARTMED
- A psicanálise dos contos de fadas de Bruno Bettelheim editora Paz e Terra
- O conto de fadas de Nelly Novaes Coelho
- Cantigas de ninar vento de Gláucia de Souza Ilustrações: Cristina Biazetto Músicas: Jorge Hermann Arranjos: Marcelo NadruzKalligráphos, 2004


Que escola eu quero para meu filho?

Moramos dez anos no Rio. Quando nossa filha estava com aproximadamente quatro anos, resolvemos voltar a Porto Alegre. A distância da família, os nossos pais envelhecendo, a possibilidade da convivência com tios, primos, avós e uma cidade mais tranqüila, nos pareceu fundamental naquele momento. Voltamos.
Com isso também vieram muitos questionamentos, dente eles: que escola queremos para nossa filha? Afinal ela estava com quase cinco, iria para o Jardim e logo para o primeiro ano. Fomos em busca de informações: visitas a escolas, conversas com os amigos, estávamos há muito tempo longe da cidade; muita coisa havia mudado. Das visitas que fizemos, fomos ao colégio que meu marido freqüentou quase toda sua vida escolar. Sempre admirei o carinho e a convivência que ele mantinha com ex-colegas, apesar do tempo, das diferentes profissões, opiniões futebolísticas ou partidárias.
Marcamos uma visita; conhecemos os espaços físicos, a proposta pedagógica e nos surpreendemos ao ver que existiam outros colegas do meu marido com filhos da mesma idade da nossa filha. Optamos por esta escola. No primeiro dia de aula, nossa filha foi convidada a ir à casa de uma coleginha - seus pais haviam estudado com meu marido. Ficamos todos nos sentido em casa: acolhidos, respeitados, amados; era o que precisávamos naquele momento e, era o que queríamos para nossas vidas: a possibilidade de boas convivências, vínculos sólidos, um porto seguro.
Hoje ela está bem crescidinha. É responsável, atenta para consigo e com os outros, gosta de ler, faz dança, canto, isto é, encontrou na escola que escolhemos os valores e as aptidões que sempre estimulamos. E mais: ela trouxe outros que se mostraram muito positivos como a religiosidade. Fizemos uma boa escolha que se reflete no jeito de ser da nossa filha – e no nosso também.
Esta foi nossa escolha devido à nossa história e necessidade. Cabe aos pais pensar o que cada um vai querer que seus filhos – cada filho – desenvolvam: que valores consideram essencial, o que pode e o que não pode ser negociado. Mais que observar se a escola é bonita, se tem bons brinquedos é: que tipo de vínculos ela propicia? Lá há espaço para a criatividade, para o respeito e o acolhimento à individualidade, ao pensamento crítico?
Nesta época do ano, é uma boa hora para pensarmos neste assunto. É claro que sempre podemos optar pela troca de escola, mas o ideal seria investir um pouco de tempo agora para não expormos nossos filhos a sofrimentos desnecessários.
Não perca o programa “alô pai e mãe” sobre “que escola eu quero para meu filho?” (dia 15 e 19 de novembro) Com a participação de pais e mãe que – assim como nós – já passaram ou passam por este conflito. E nada melhor que ouvirmos e trocarmos opiniões sobre os assuntos que nos afligem para que nos aliviemos das nossas angústias, não é verdade?
Depois do alívio de termos feito à escolha da escola, segue a necessidade do acompanhamento; aí é outra história, outro programa.