Uma ótima leitura


EDITORIAL
Qual é a sua voz? Vida é poder ter voz. Sem a fala e a escuta, não há comunhão.
Esta edição foi construída com vozes: a de Emborante, a de cuidadores em programa de rádio, a de filha, a de poeta, a de portadores de sofrimento psíquico, de seus cuidadores e familiares, a voz na contação de histórias. Dar importância aos que têm e aos que não têm voz. Ou aos que não tiveram.Voz como metáfora da expressão humana. Voz não só como som, mas escrita, ouvida, registrada, impressa ou volatilizada, como é na internet.
O seu tom? Mais do que aquilo que dizemos, é ele que diz de nós.
O grito ou o sussurro. A agressão ou a delicadeza.Quanto a OC foi gestada, meu desejo era acolher cuidadores de doentes mentais.
Minha experiência me dizia desse vazio. Mas no decorrer de 2007, percebi que não só eles precisavam de apoio mas qualquer cuidador.A reforma manicomial aconteceu porque era necessário dar voz a quem não tinha. A cidadania aos doentes mentais. Movimento agregador de gente corajosa, responsabilizando-se por ações complexas, que modificaram raízes sociais, instituições públicas e privadas, interferindo profundamente nas famílias.
Conviver com doentes mentais e com a loucura do outro – que se espelha também em nós – não é simples. Leia o relato de uma mãe. O direito ao descanso? Quando? Se é preciso carregar a pedra ao topo a cada vez? Quebrar paradigmas? Meta da OC.Ainda há muito a fazer por nossos filhos e por nós. Não desistamos e não desacreditemos. O poder nunca é eterno e há de existir mais solidariedade.
Há anos tento fazer um trabalho arteterapêutico para cuidadores de portadores de sofrimento psíquico, os familiares. Hei de encontrar um lugar.E muito ainda precisamos nos dar as mãos. Buscamos apoio, patrocinadores, assinantes, anunciantes. Muito a fazer.
Participe, divulgue, escreva e compartilhe sua história. Sempre aprendemos com você!
Boa leitura!
Marilice Costi editora@ocuidador.com.br


0 comentários: